A coleta de óleo de cozinha usado é uma consequência das ações de sensibilização socioambiental, e esta relação ficou clara ao longo do evento de encerramento de 2018 do Programa Meio Ambiente nas Escolas, em Mairinque, no último dia 23 de novembro. O ano foi marcado por dezenas de atividades nas escolas e pelo lançamento da campanha de comunicação Lugar de Óleo de Cozinha Usado é na escola, fazendo a coleta mais que dobrar em relação a 2017. Houve o envolvimento direto de 10 mil alunos e 28 escolas municipais, 3 Estaduais, Apae, Etec e Colégio Aliança no programa.
Se todo esse volume de óleo fosse descartado na pia da cozinha, ele poderia causar o entupimento da rede de esgoto doméstica, rede pública e, sem tratamento adequado do esgoto, poderia contaminar a água dos rios. Além de evitar esses impactos, a coleta de óleo pelo programa vira matéria-prima para a produção de biodiesel, um combustível mais limpo e de fonte renovável, ajudando a melhorar a qualidade do ar que respiramos.
A iniciativa da Preserva Recicla, Instituto AUÁ e Cargill, com parceria da Prefeitura Municipal, Saneaqua, ETEC, Associação Comercial e Óleo Sustentável permanece em 2019, dando continuidade ao processo de conscientização para incentivar a população a entregar o óleo nas escolas. Nesse sentido, as conquistas extrapolaram os muros da escola chegando às ruas, com outdoors, eventos na praça, redes sociais e divulgação na mídia local.
Para a secretária de Educação de Mairinque, Rita Sarti Benatti, o programa é essencial pois mostra a importância das parcerias para mobilizar as escolas: “Para Secretaria de Educação, esta parceria é especial e permite cuidarmos da terra por meio das crianças”. A diretora de Meio Ambiente do município também destacou que o resultado maior vai além da coleta e pode ser visto na animação dos alunos ao trabalhar a preservação.
“A semente da conscientização foi plantada e hoje vemos as crianças incentivando os adultos a não jogarem o óleo, permitindo conservar a rede de esgoto, pois sabemos que o esgoto poluído afeta a todos”, destacou a representante da Saneaqua. O trabalho dos 20 voluntários da Cargill explicando conceitos e mobilizando os alunos também foi determinante para esse envolvimento.
Segundo o criador do programa e gestor da Preserva Recicla, Leonardo Giardini, juntar pessoas tão diferentes para benefícios socioambientais é o diferencial da iniciativa, formando-se uma grande rede na cidade onde o empenho de cada um mostra o quanto é possível ter o óleo recolhido.
Brinquedos criativos e jogos inventados a partir de sucatas, embalagens de pizza que viraram quadros com brincadeiras tradicionais para inspirar as famílias e até um plástico biodegradável de amido de milho após alunos descobrirem que o plástico convencional leva 400 anos para se decompor, foram expostos para os participantes do evento. Eles são o desdobramento da educação ambiental que nasce a partir da atitude de separação do óleo de cozinha usado.
“Cada um aqui é um empreendedor socioambiental na escola, pois com criatividade e os recursos disponíveis realizam ações transformadoras da realidade. A comunicação e a educação que encantam e mobilizam são capazes de mudar comportamentos”, enfatizou Ana Cecília Bruni, coordenadora de comunicação do AUÁ.
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