Um único litro de óleo de cozinha pode contaminar até 30 mil litros de água, o que pode levar à morte peixes e algas. Além do dano ambiental, quando as pessoas jogam pelo ralo da pia esse produto, ele acaba entupindo bueiros e galerias de esgoto gerando mais problemas para as cidades. Mas, em Santos, uma iniciativa de educação ambiental atua nas escolas para reverter essa situação, conscientizar os jovens dos transtornos do descarte irregular e transformar as unidades escolares em pontos de coleta. Trata-se do Programa Meio Ambiente nas Escolas (PMANE), parceria entre as secretarias municipais de Meio Ambiente (Semam), Educação (Seduc), Instituto AUÁ, Preserva Recicla e Óleo Vitaliv.
Cada escola participante conta com uma bomba específica, onde os alunos devem depositar o óleo. Quando a escola completa os recipientes de coleta, o PMANE retira e leva para a reciclagem, onde é transformado em biodiesel, um combustível renovável e menos poluente. Além do benefício ambiental, as escolas ainda recebem recurso financeiro para cada litro de óleo coletado, para as Associações de Pais e Mestres (APMs).
“Essa parceria é muito importante, pois, além de estimular a boa prática ambiental, se reverte o valor recolhido para a Associação de Pais e Mestres e traz melhorias para a escola. Também, através deste incentivo, estamos estimulando que os alunos se tornem fiscais ambientais e exerçam sua cidadania”, afirma o secretário do Meio Ambiente, Marcos Libório.
O programa teve início em Santos em 2019, com um projeto-piloto em seis escolas e vem ampliando a abrangência. No ano passado, participaram 18 escolas, de onde foram reciclados 1.335 litros de óleo. Neste ano, 27 escolas (confira a lista abaixo) aderiram ao programa, com cerca de 6.800 alunos e 1.169 litros de óleo coletados.
A UME Prof. João Papa Sobrinho (Gonzaga) é uma das unidades que se destaca no projeto. Com o envolvimento dos alunos dos 4os e 5os anos, já arrecadou 400 litros de óleo neste ano. “Trabalhamos com esses estudantes a importância da coleta e como o óleo pode prejudicar o meio ambiente. Eles viram multiplicadores e são protagonistas das ações, entram nas salas de aula para conscientização das outras crianças, vão aos estabelecimentos comerciais”, afirma o inspetor da escola Renato Rodrigues Dias Correa, coordenador do programa na unidade.
Foi com o dinheiro do óleo de cozinha usado que a escola comprou livros e criou o espaço ‘Cantinho do Oceano’, um dos vencedores do Prêmio Educador Santista no ano passado. “A gente consegue vivenciar, ter oficinas, ter momentos de trabalhar a sustentabilidade, fazer a diferença, contribuir com o meio ambiente e perceber os benefícios que a reciclagem gera”, finaliza Correa.
Escolas que contam com ponto de entrega voluntária de óleo de cozinha usado
- UME Antônio de Oliveira Passos Sobrinho
- UME Auxiliadora da Instrução
- UME Barão do Rio Branco
- UME Cidade de Santos
- UME Colégio Santista
- UME Cyro de Athayde Carneiro
- UME Doutor Alcides Lobo Viana
- UME Doutor Dino Bueno
- UME Doutor Porchat de Assis
- UME Dr. José Carlos de Azevedo Jr.
- UME Elsa Virtuoso
- UME Gota de Leite
- UME Irmão José Genésio
- UME Judoca Ricardo Sampaio Cardoso
- UME Leonor Mendes de Barros
- UME Lourdes Ortiz
- UME Noel Gomes Ferreira
- UME Olívia Fernandes
- UME Padre Waldemar Valle Martins
- UME Paulo Gomes Barbosa
- UME Pedro II
- UME Prof. Florestan Fernandes
- UME Prof. Iveta Mesquita Nogueira
- UME Prof. João Papa Sobrinho
- UME Prof. Maria Helena Roxo
- UME Prof. Maria Luiza Alonso Silva
- UME Prof. Mário de Almeida Alcântara
Esta iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça os outros itens do ODS.
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