Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lúcio Martins (Vila Margarida) viraram protagonistas em conteúdo audiovisual que, em breve, vai circular nas redes sociais. Na tarde de quarta-feira (09), uma produtora foi à unidade para gravar depoimentos de professores, gestores e estudantes envolvidos na ação de sustentabilidade promovida na rede municipal de São Vicente.
A parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), o Programa Meio Ambiente nas Escolas (Pmane) e a multinacional Bunge Limited está rendendo grandes resultados na coleta de óleo de cozinha vegetal com envolvimento de alunos.
A iniciativa visa a mudança de hábitos e de mentalidade voltada a um meio ambiente mais equilibrado. “A Seduc buscou essa parceria no intuito de transformar o material recolhido em biocombustível. É de grande valia a questão da educação ambiental, porque cada litro de óleo polui 25 mil litros de água”, conta a assessora ambiental do Núcleo de Educação Ambiental da Seduc, Eliana Isidoro.
A professora de ciências da EMEF, Camila de Lacerda, deu o seu depoimento na gravação, contando que os alunos se envolveram de imediato. “Criamos o ‘cantinho do óleo’ e o pessoal do grêmio ajudou a coordenar esse trabalho”. Além disso, a entrega de adesivos dos ‘Óleons’ (personagens-símbolos da campanha) contribuiu para incentivar ainda mais a adesão. “Falar de educação ambiental na escola ajuda a formar um cidadão consciente”, concluiu.
Diretora da unidade, Maria Inez Chaves destaca que foram mais de 200 litros arrecadados desde o início da campanha. “Sou uma recicladora também em casa. Vejo como fundamental o reaproveitamento, sempre que possível, de tudo o que usamos. O olhar pedagógico também deve ser desse jeito. Se não reciclarmos, o que vamos deixar para o nosso mundo?”, questiona a diretora, lembrando que essa prática educativa deve se perpetuar na vida daqueles que hoje são alunos.
Educadora do Pmane, a engenheira ambiental Lais Bussmeyer destaca que em São Vicente já são 54 escolas participantes e menciona o envolvimento de diversas frentes para viabilizar o trabalho. “A ação chegou na Cidade graças ao apoio da Bunge, por meio do projeto Soya Recicla, com participação do Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental, além da Preserva – Reciclagem de Óleo Vegetal, que faz a coleta nas escolas”.
Mascote
A participação dos estudantes foi tamanha que até uma mascote foi criada pelo professor Carlos Ricardo Araújo, de arte. Trata-se de uma simpática tartaruga batizada de Guita, nome escolhido por meio de concurso.
“As crianças gostaram muito da mascote que criei e aprenderam a técnica de trabalhar com papel marchê”, conta.
Também foi distribuída uma revista em quadrinhos alertando sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, em busca de uma qualidade de vida melhor para todos.
ODS
A iniciativa de coleta de óleo está relacionada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 (ODS), previsto na Agenda 2030, acordo internacional firmado pelos estados-membros da ONU. Entre as metas, estão implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis; alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial; reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; e incentivar as empresas a adotar práticas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios.
O Programa também está integrado à Gincana Sustentável, ação que envolve todas as escolas municipais de São Vicente, numa competição saudável que visa investir numa mudança de hábitos e de mentalidade voltada a um meio ambiente mais equilibrado.
Pmane
O Programa Meio Ambiente nas Escolas (Pmane) é uma iniciativa de educação ambiental que integra organizações civis, setor público e privado para um novo modelo de gestão de resíduos sólidos. Nele, o descarte correto do óleo de cozinha usado é uma ferramenta de conscientização ambiental dentro das escolas, onde os processos educativos acontecem mais fortemente:
– Os educadores ampliam a discussão para outros temas como sustentabilidade, descarte correto de resíduos, saneamento básico, água e cidadania.
– Os alunos tornam-se agentes de mobilização de sua comunidade, influenciando as famílias para a reciclagem e meio ambiente.
Para tanto, incentiva-se atividades socioambientais e culturais nas escolas, oferece-se capacitação para professores e gestores das unidades envolvidas, e disponibiliza-se conteúdos variados de educação ambiental, além de materiais de comunicação para facilitar o contato com a comunidade escolar.
O Programa contribui para o atendimento da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei N° 9.795/99), em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental – DCNEA e alinhado com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, na qual consta que a educação ambiental seja abordada de forma transversal e integradora.
Além disso, atende à Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e criou a Logística Reversa (LR), que consiste na instalação e administração de Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s) de resíduos como pilhas e baterias, eletroeletrônicos, remédios, pneus, lâmpadas e óleo de cozinha, entre outros.
A Renda do Óleo Coletado se reverte para a Associação de Pais e Mestres e este recurso contribui com a realização de Atividades de Educação Ambiental a partir de projetos desenvolvidos de forma participativa, entre escolas e educadores do Programa.
Foto: Divulgação PMSV
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