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Ciclo da reciclagem de óleo é meio de sensibilização ambiental em 100 escolas do Cinturão Verde de São Paulo

A maior parte das residências do país não separa o óleo comestível usado, ao mesmo tempo em que as iniciativas de coleta de óleo acontecem principalmente dentro dos grandes estabelecimentos geradores desse resíduo. Foi com a percepção do potencial de coleta de óleo “porta à porta” que a Preserva Recicla, empresa de reciclagem de Cotia (SP), idealizou o projeto “Meio Ambiente nas Escolas”, que visa o envolvimento de crianças, jovens, professores e comunidade do entorno para a preservação ambiental por meio da gestão dos resíduos.

“Percebi que a maioria das pessoas não descarta corretamente o óleo pois não sabe que isso é possível e, em segundo, porque não sabe onde levar o material. Falta informação e conscientização para as questões ambientais, e o caminho natural foi trabalhar isso onde a educação acontece mais fortemente, ou seja, dentro das escolas”, conta Leonardo Giardini, diretor da Preserva Recicla, responsável pela criação de toda a metodologia do projeto.

A ideia é sensibilizar e orientar os envolvidos para hábitos de consumo sustentáveis e ampliar a reutilização e a reciclagem de resíduos, além de estruturar a rede local para a logística reversa do óleo. A iniciativa acontece desde 2011 em escolas de Cotia, mas a partir deste ano, uma parceria entre a Preserva Recicla e o Instituto Auá, com apoio da empresa Cargill através da marca de óleo Liza, permitiu a realização de um amplo trabalho educativo em 100 escolas de Carapicuíba, Cotia, Itapecerica da Serra, Itapevi e Mairinque, com a meta de envolvimento de 120 escolas, com destinação adequada de 55 mil litros de óleo usado, até o final de 2016.

Segundo Leonardo, a educação ambiental é central no projeto pois desperta em todos a consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente onde está, e não somente da proteção de espécies distantes de nós.

Com isso, o Instituto Auá tornou-se o responsável pela condução das atividades educativas nas escolas, que passam a ser trabalhadas dentro de seu Projeto Político Pedagógico, lembrando-se que a educação ambiental é tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

E o primeiro semestre de trabalho já trouxe resultados importantes para esse objetivo, com cerca de 36 mil alunos beneficiados nas 100 escolas, o mesmo número de famílias envolvidas, e muitas escolas passaram a realizar atividades socioambientais permanentes, as quais se tornaram abertas à comunidade local.

“Se quisermos que a logística reversa funcione no Brasil, temos que trabalhar a conscientização da população para dar um destino adequado aos resíduos. Acreditamos muito que a escola é o melhor lugar para isso, pois hoje as crianças aprendem e levam esse tema para casa, influenciando os pais, que aos poucos começam a participar!”, enfoca Márcio Barela da área de Sustentabilidade da Cargill.

Criações escolares e biodiesel reciclado

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Ao final, o óleo coletado irá se transformar em biodiesel, um combustível mais limpo e de fonte renovável, que contribui com a redução da poluição do ar causada pelo diesel comum. Além disso, o uso de óleo residual para produção de biodiesel, reduz o impacto ambiental da produção de soja e outras matérias-primas utilizadas na produção de biodesel.

A própria Preserva é responsável por toda logística para a coleta do óleo destinado para fins corretos, instalando as bombonas nas escolas e comprando o óleo coletado diretamente para a Associação de Pais e Mestres (APM). “O que promove um ciclo virtuoso, em que o recurso é reaplicado nas atividades pedagógicas, com maior independência do poder público e apropriação do projeto pela instituição de ensino”, destaca Leonardo.

Os educadores do Instituto Auá são responsáveis pela aliança com os coordenadores pedagógicos e diretores das escolas, os quais atuam na elaboração do Plano de Ação Escolar. Este plano vem sendo construído coletivamente junto com os professores, com apoio da equipe do Instituto, para que o assunto ambiental seja tratado de forma transversal em todas as disciplinas.

E os exemplos de atividades desenvolvidas surgem de diferentes maneiras: há escolas que estão separando os materiais para cooperativas locais, outras realizando a coleta e destinação corretas de pilhas e baterias, além da idealização de novos espaços como hortas escolares e salas de leitura ecológicas feitas com embalagens de Tetrapak.

“A atuação dos educadores torna o trabalho de conscientização mais efetivo e acaba por mobilizar todo a comunidade para o tema dos resíduos sólidos. Também foi possível construir um cardápio das atividades desenvolvidas, que servirá de guia para ações em novas escolas”, acredita Maurício Santos, coordenador do projeto no Instituto Auá.

Brinquedos recicláveis, borboletário, campanha de coleta em festas escolares e até limpeza do entorno da escola com a conscientização dos moradores, estiveram entre os desdobramentos do trabalho. Além disso, as prefeituras de cada município passam a assumir o projeto como política pública, reforçando o compromisso com programas que permaneçam a longo prazo na comunidade.

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